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No dia 21 de setembro de 2009, Dia Internacional da Paz, os CEOs da Adidas e da Puma, Herbert Hainer e Jochen Zeitz, promoveram uma  formidável, simpática e criativa iniciativa.  Fazer um jogo de futebol para assinalar a paz entre as duas empresas.

Para quem não sabe a história, os irmãos Adolf e Rudolf Dassler moravam na pequena cidade medieval de Herzogenaurach, região da Bavária na Alemanha, 25 quilômetros noroeste de Nuremberg.

Nos idos de 1924, no fundo da casa de seus pais, os dois fundaram a Gebrueder Dassler Sportschuhfabrik  (Fábrica de Sapatos Esportivos Irmãos Dassler).

Depois da Segunda Grande Guerra, em função de uma violenta briga em cima do desenho de um sapato, os dois separaram-se e não se falaram mais para o resto de suas vidas.  No cemitério de Herzogenaurach, os túmulos estão em lados completamente opostos.

Em função da briga, em 1948, Rudolf atravessou o Rio Aurach, que separa a cidade em duas partes, e montou do outro lado uma nova fábrica de sapatos que recebeu o nome de Puma.  Adi ficou na fábrica em que já estava e deu a ela o nome de Adidas, juntando, o seu apelido, “Adi” às 3 primeiras letras do seu sobrenome.  

Segundo os habitantes mais velhos de Herzogenaurach, várias desavenças entre os dois irmãos sobre vários assuntos já vinham se arrastando por muitos anos.  Assuntos de ordem política em termos de correntes do nazismo e, familiares, em função de Rudolf ter dado uma cantada na esposa de Adolf.

Contam ainda esses mais antigos, que no fim da guerra, antes de um bombardeio da cidade pelos aliados, quando Rudolf e sua família entravam em um abrigo ante-áereo, Adi que com sua família já estava lá, gritou: “Os porcos desgraçados estão chegando”.  Rudolf levou isso como ofensa pessoal, apesar de Adi ter dito, posteriormente, que ele estava se referindo aos pilotos da RAF.

A briga entre os irmãos Dassler tornou-se um assunto tão sério na cidade, que, curiosamente, o Rio Aurach, passou a ser uma verdadeira Muralha de Berlin.  Os moradores do lado Adidas não vinham nunca para o lado Puma, e, vice-versa.  Cada lado tinha suas escolas, suas praças, suas igrejas, seus bancos, suas lojas, seus bares, seus restaurantes e seus cinemas.  Os jovens de um lado não namoravam os jovens do outro lado.  E, obviamente os de um lado só usavam sapatos Adidas e os do outro só sapatos Puma.

Hoje, a Adidas e a Puma não são mais empresas familiares.

A Adidas hoje fas parte de um grande conglomerado que continua sediado em Herzogenaurach, mas tem 169 subsidiárias nos 5 continentes e emprega 43 mil pessoas.  Em 2010 teve um faturamento de 11.9 bilhões de euros com suas várias marcas que incluem além dos produtos Adidas, a Reebok, a TaylorMade-adidas Golf, a Reebok-CCM Hockey e a Rockport.

A Puma é hoje parte do PPR Group, sediado em Paris, que tem 148 lojas em 120 países e emprega 60 mil pessoas.  Em 2010 teve um fatuamento de 14.6 bilhões de euros com suas várias marcas que incluem além dos produtos Puma, a Gucci, a Bottega Veneta, a Yves Saint Laurent, a Balenciaga e as livrarias FNAC.

O jogo de futebol para celebrar a paz entre as duas empresas, que terminou 7 a 5, mesclou em cada time, colaboradores das duas empresas, inclusive os CEOs.  . Após o jogo, todos os presentes assistiram o filme “The Day After Peace”, dirigido por Jeremy Gilley, fundador do movimento Peace One Day, estrelado por Michael Douglas e Angelina Jolie.

Para finalizar esta postagem.

Através dos anos, Adidas e Puma competem acirradamente no campo publicitário.  Cada empresa tentando contratar atletas dos vários esportes para usarem seus produtos e endossarem esse uso em campanhas de propaganda ou em ações promocionais e de merchandising.  Um caso famoso aconteceu na Copa do Mundo do México em 1970.  A Puma havia contratado o respeitadíssimo jornalista alemão Hans Henningsen para fazer mediações publicitárias com jogadores importantes de vários países.  Hans acertou com Pelé, 25 mil dólares a vista e mais 25 mil dólares nos próximos 4 anos, e fez uma jogadassa em termos de merchandising gratuito.  Antes do início da final, Brasil e Itália, Pelé foi até o árbitro Rody Glockner da Alemanha Oriental e pediu 1 minutinho para amarrar a sua chuteira.   O juiz concedeu.   Pelé ajoelhou-se no campo e começou a mexer calmamente nos cordões de sua chuteira do pé direito.  Todo o mundo pode ver pela televisão a chuteira Puma que Pelé estava usando, ao contrário das chuteiras Adidas de outros jogadores.  

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